Publicado em: 12/03/2018

A brucelose, também conhecida como febres de malta, mediterrânea ou ondulante, é uma doença zoonótica infecciosa causada por bactérias do gênero Brucella. A infecção causada pela febre é transmitida de animais para pessoas, principalmente por produtos lácteos não pasteurizados. Por isso, as fêmeas de três a oito meses devem ser vacinadas para evitar a doença. Quem faz o alerta é a veterinária da Inspetoria Veterinária de Sobradinho e Arroio do Tigre, Giovana da Costa. De acordo com ela, desde 2002 existe um programa para controle e erradicação de brucelose e tuberculose. Entretanto, a vacina não era um pré-requisito para emissão do Guia de Trânsito Animal (GTA), mas agora passa a ser devido a uma determinação central da Defesa Agropecuária. “Nós entendemos que isso é um custo a mais para os criadores e que aqui a agricultura é basicamente familiar. Por isso, ainda estamos emitindo as guias mesmo sem as vacinas realizadas. Mas a recomendação é de que as fêmeas sejam vacinadas a partir de agora. Então nós vamos ter que trabalhar em conjunto com os agricultores e veterinários da região para que isso seja solucionado”, explicou.

O procedimento só pode ser realizado por veterinário credenciado na Inspetoria, pois o profissional emite um comprovante de vacinação, que depois precisa ser entregue para fins de comprovação. Além disso, a vacina contém as bactérias vivas, por esse motivo qualquer erro operacional pode acabar inoculando no próprio aplicador, que pode vir a desenvolver a doença. “Pretendo conversar com o secretário da Agriculturas dessas cidades para que nós possamos montar um roteiro a fim de dissolver o custo dessas imunizações”, salientou. A veterinária até recomendou um contato com os representantes da agricultura da região para que se possa estudar essa estratégia. “Nós vamos ter que trabalhar neste sentido, pois existe, desde 20156, a previsão de multa para quem não vacinar. Acredito que por compreender a realidade local optou-se por realizar ações educativas e muitos já estão vacinando seus rebanhos”, garantiu.

Outro assunto comentado pela veterinária é a raiva herbívora. Mais um caso na região foi confirmado. Dessa vez em Vila Progresso, no interior de Arroio do Tigre. O primeiro caso confirmado através de testes laboratoriais ocorreu em Rincão São Luiz, no interior de Estrela Velha. Giovana pediu aos criadores de gado que comuniquem a Inspetoria caso percebam lesões ocasionadas por morcegos nos animais. “O vírus está na região e se movimenta. Então precisamos entender essa dinâmica da doença e isso só é possível com a ajuda dos criadores de gado”, comentou.

Ela ainda explicou sobre os sintomas da doença. “No começo são sinais muito inespecíficos. O animal fica triste, se separa do rebanho, a produção de leite já não é mais a mesma e não consegue comer normalmente. Não tem como a gente desconfiar de raiva neste momento. É preciso ficar atento se isso evolui para uma dificuldade de locomoção e a saliva fica muito abundante e viscosa”, explica. Giovana ainda recomenda ao produtor para que não tente mexer no animal em suspeita de engasgo, pois pode ocorrer a contaminação. O contato com a Inspetoria de Arroio do Tigre pode ser feito através do número 51 3747 1871.
Veterinária alerta sobre vacina contra brucelose